O único pecado do Benfica de Roger Schmidt

Acima de tudo, não se assustem com o título deste artigo… Claro que há sempre coisas a melhorar em todas as equipas mas convém melhorar mesmo. E não tem sido o caso deste Benfica neste capítulo:

além dos 51 golos marcados, o Benfica, nesta edição do campeonato nacional, já falhou 53 grandes oportunidades de golo! 53 bolas na cara do golo!

A produção ofensiva é espetacularmente assinável mas a finalização tem deixado a desejar. Pensar que em 20 jogos o Benfica criou mais de 100 chances de marcar é monumental mas, no final das contas, só balançou as redes 51 vezes. E, atenção, nem todos os golos nascem de situações que entram na categoria de oportunidades claras. Por exemplo, remates de longe ou com muitos defesas à frente.

Só ontem, contra o clube vizinho da 2ª circular, foram 5 oportunidades desperdiçadas, e nem houve Gonçalo Ramos que muitas vezes é apontado como único “culpado” neste capítulo. Mais, pois ainda piora, podem juntar 17 oportunidades claras desperdiçadas na Liga dos Campeões. É muita falta de pontaria.

Tirando os casos de João Mário e David Neres quase todos os outros jogadores têm saldos negativos no ratio golos/desperdício:

De qualquer modo, acho eu que estamos todos como o jornalista francês que fez a cobertura, para o canal do seu país, do Benfica 3-0 Casa Pia (link) :

“é talvez uma das melhores equipas da Europa neste momento, simplesmente o Benfica ofereceu um recital de mestrado esta noite. Do espetáculo ofensivo os golos do João Mário e o míssil de Bah. É difícil fazer melhor … Deliciamo-nos… “

Possíveis causas para este pecado

Principalmente para quem conhece a carreira de Roger Schmidt é notório que o treinador alemão não é fã de um avançado 9 clássico, daqueles que fica na área à espera de encostar. Pede-lhe trabalho, que defenda, pede-lhe que corra atrás dos defesas e dos médios, quer que esteja envolvido na construção de jogo, nas tabelinhas, nos movimentos sem bola. É um trabalho desgastante que poderá estar a tirar algum foco neste capítulo aos homens da frente.

Mas termino como comecei, não se assustem, acaba por ser um detalhe numa equipa muito sólida e bem trabalhada por Roger Schmidt.