O impacto do Mundial na temporada 2022/23

Nenhuma das equipas que chegaram às meias finais da UEFA lidera a sua Liga. Um dado impressionante e raríssimo. E apenas Manchester City, na Premier League, ainda tem hipóteses de chegar ao título ingês.

Sem dúvida que é um ano atípico e onde foi muito difícil manter regularidade durante vários meses seguidos. Acima de tudo, acho que a causa será o Mundial do Qatar e gerir quem andava com a cabeça nisso, antes da prova, e quem rebentou fisicamente depois.

Roger Schmidt culpa as Seleções – LINK

Assim, e apesar de não desculpar nada, e não ser a principal causa, a verdade é que todas as equipas que jogaram em várias frentes tiveram uma quebra de forma em algum momento da época. Afinal é algo que está a acontecer com o Sport Lisboa e Benfica mas na pior altura possível.

Avaliação negativa

O impacto do Mundial na temporada 2022/23 foi avaliado de forma negativa num relatório do Sindicato Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol (FIFPro), lançado em Março, um estudo com detalhes sobre o impacto do aumento da carga de trabalho dos jogadores que disputaram o Campeonato do Mundo 2022, no Catar.

Nesse sentido, o relatório da FIFPro combinou entrevistas a 64 jogadores que disputaram o torneio no Catar. O objetivo foi avaliar “a reação às exigências mentais e físicas sem precedentes da temporada atual”.

• 54% dos entrevistados relataram lesões ou sentiam que se lesionariam nesta temporada;
• 44% experimentaram “extrema ou crescente fadiga física”;
• 20% se sentiam “extremamente fatigados mentalmente e emocionalmente”;
• 86% dos jogadores queriam pelo menos 14 dias de preparação;
• 61% dos atletas gostariam de ter tido 14 dias de descanso depois.

Sobretudo muitos jogadores relataram que não tiveram tempo suficiente para se preparar taticamente com a respetiva seleção para o Mundial. Depois disso, foram obrigados a voltar rapidamente para a rotina dos seus clubes. Por exemplo, um atleta chegou a dizer que o regresso imediato foi “praticamente suicídio”.

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